Direito Empresarial 22-05-12
Terminamos ontem a representação
comercial. hoje vamos ver concessionárias de veículos.
O
que está acontecendo com a indústria de veículos? Fomento. IPI reduzido, acabou o IOF, e IPI
até agosto. IOF extinguiu por prazo indeterminado. Reduziu a taxa de juros e
também permitiu que o compulsório, o valor recolhido pelos bancos
obrigatoriamente, @@@@@@@@@@@@@@@@@@@ 310, e
depois devolve para as ops financeiras do mercantil. @@@@@@@@@@@@@@@@@@@
faz isso com qual intenção? Diminuir a liquidez no mercado. com menos dinheiro,
oferece-se menos crédito, portanto menos risco. aumenta ou diminui a oferta, a
demanda aumenta, e consequentemente, a taxa de juros aumenta. É um dos motivos
para a taxa de juros elevada no Brasil. também gera maior segurança @@@@@@@@@@@@@@@@@@@ 429.
Por
isso o governo está incentivando a aquisição de veículos automotores no Brasil.
se formos fazer uma análise histórica, continua sendo num patamar muito mais elevado
do que há cinco anos, mas nos últimos seis meses ocorreu uma redução da venda
de veículos.
Que
impacto que essa indústria tem no mercado? é uma indústria representativa no
mercado? gera muito emprego, gera movimentação financeira, é uma cadeia muito
grande ou não? é um setor que consegue ter muita força. Por que será?
Provavelmente consegue ter muita força... brincadeira de criança e xuxa. Para
explicar a força de um setor econômico no mercado é saber quem tem dinheiro. #################### o setor consegue fazer um lobby
muito forte perante o Estado. Mas por quê? ele continua sendo um setor
relevante na economia? Claro. É o principal setor da economia brasileira?
Nunca, nem de perto. Já foi mais relevante do que hoje? sim, muito mais. mas
hoje não mais. não só no Brasil, mas no mundo. Sempre relevante, mas nunca o
mais relevante. Um setor muito mais relevante do que o setor automotivo é o
setor de alimentos. e por que tem menos força do que o setor automotivo? Porque
é menos concentrado. É uma concentração de capital. Na verdade, quantas
indústrias automotivas temos no mundo, internacionais? umas vinte com
relevância. No passado recente talvez tivéssemos dez, quinze. Vimos crescimento
recente na Ásia. Japão, Coreia e China, nesta ordem. Por outro lado, o setor de
alimentos: quantas transnacionais. Nestle, Dreyfus... $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$
e temos uma grande descentralização no mercado local. isso gera perda de poder
relativo. perda de competitividade? Não necessariamente. Mas em determinado
mercado em determinado espaço sim.
O
professor tem alguns clientes no setor de alimentos. setor de macas que fizeram
um instrumento de concentração empresarial. hoje detêm 90% da maça
comercializada no Brasil. isso não é cartel não? pode ser feito? parece que
sim. quando o professor analisa, por outro lado, se juntar Carrefour, walmart e
Extra, esses três têm 70% da distribuição de alimentos no Brasil. os caras
contrataram o professor para resolver isso: caracterizar como não cartel. Quer
provar que a elasticidade preço-consumo é muito grande. E que, aí, se eles
detêm 90% da maça comercializada no Brasil, isso é relevante. O consumidor só
deixaria de consumir maca e passaria a outra fruta. O mercado relevante
deixaria de ser o de maca e passaria a ser de outras frutas. @@@@@@@@@@@@@@@@@@@ 1406. É um setor que, se não
concentrar, irá morrer por causa da concorrência internacional. até 15 anos
atrás, a maca no Brasil era importada.
Mostramos
que esse é um setor de 1 bilhão de dólares por ano no Brasil, mais ou menos.
Para concentrar, problemas. O setor financeiro e o setor automotivo podem se
concentrar porque não há problema nenhum. E, concentrados, eles terão mais
força perante o Estado.
Desindustrialização:
está acontecendo? Professor diz que não. na vida inteira, a sociedade
transferiu parte de sua renda para a indústria, para tentar transformar o
Brasil num país industrial. E não consegue virar verdadeiramente industrial
porque são altamente incompetentes. Se acostumaram a mamar na teta do Estado.
Se deu lucro, é deles, e se deu prejuízo, estatize-se. não precisaram ser
competitivos. Alguns setores, hoje, são altamente competitivos, porque eram
menos relevantes para a economia brasileira, e nunca tiveram essa ajuda. E aí
conseguiram se desenvolver, e conseguiram ser competitivos. Há setores, sim,
morrendo, porque não são competitivos. Ou então o Estado irá bancar, subsidiar
o setor e irá manter. Não devemos fazer isso porque não poderemos brigar na
OMC.
@@@@@@@@@@@@@@@@@@@ 1818. Mas se pegarmos o pib
brasileiro e descontar o crescimento do preço das commodities no mercado
nacional, tanto agrícolas, @@@@@@@@@@@@@@@@@@@,
aí a indústria volta a ter seus 24%. Na verdade, então, outros setores
cresceram mais rápido. E cresceram mais rápido talvez porque sejam mais
competitivos ou porque o preço no mercado internacional está sobrevalorizado.
E
por que essa choradeira? Para receber o subsídio! O melhor dinheiro é o que vai
e não volta.
Quando
temos um carro chinês e o governo determina que o IPI do importado passará para
tantos %, e o reduzido no Brasil terá redução de IPI, isso é construir um
discurso nacionalista. A associação de importadores de veículos já fez a conta:
@@@@@@@@@@@@@@@@@@@ 2030. E onde o salário é
mais alto? Na distribuição! então, na verdade, o que se está fazendo é
concentrar renda no mesmo lugar onde a renda sempre foi concentrada: São Paulo.
Transporte
de mercadoria no Brasil: rodoviário. Começamos a vender caminhões com duas
carrocerias. Professor já viu com quatro, na região de produção de grãos. Trem
em rodovias. O custo é alto, o risco é grande, o desperdício também. Ele
trabalhava perto do ex-ministro Reinold Stephanes, que o disse que foi ali no
Paraná, e, na volta para Curitiba, viu que estrada estava branca. Soja caindo
dos caminhões. Não tem solução. Seria mudar o tipo de transporte. Ou fluvial ou
ferroviário. Tem alguém que não sabe disso? concentração do setor automotivo!
São os financiadores de campanhas. No caso da infraestrutura, quando isso irá
mudar? Quando o prejuízo para a sociedade brasileira for maior do que o valor
vinculado à atividade. Expliquemos: quando você tiver uma economia em volta, em
diferentes setores econômicos muitas vezes maior do que este setor específico,
aí mudará. Só muda quem financia o sistema. Hoje, quem financia, um dos setores
é o setor automotivo. ####################.
Quando houver um grande prejuízo no setor de distribuição, aí comecará a mudar.
Outro
caminho, mais correto, seria a organização da sociedade civil, com o mínimo de
capacidade intelectiva, já que um monte de oreia seca não pode fazer muita
coisa, aí sim a sociedade irá cobrar. Claro que sempre terá que haver uma
liderança, porque tropa sem comando não funciona. Quando tiver essa base
organizacional, aí sim mudará. Europa: está quebrada, certo? Mas não quebra!
Por quê? falência do estado do bem estar social.
Então
esse setor é altamente organizado, estruturado, ainda que não represente, em
números absolutos, o maior deles. O maior é o petroquímico, e o segundo é o
financeiro. Foi o primeiro a se internacionalizar. depois buscou o processo
globalizador, juntamente com o setor de petróleo. O que conseguiram com isso? informação.
É o que vale mais dinheiro hoje. qualquer problema que ocorre no mundo é
primeiramente conhecido pelo setor automotivo. Um executivo da GM tem muita
informação sobre o mundo. @@@@@@@@@@@@@@@@@@@
3630. Conseguimos obter também, depois que ele já tem a informação dele. Ele já
tomou a decisão dele, já gerou o efeito no mercado e só então vamos saber.
Consigo saber até meia hora depois dele, mas a decisão já foi tomada. Então
eles conseguem ter uma estrutura muito bem conformada no mercado, e com isso
conseguem ter força.
Quando
começamos a ver isso, vemos que, no mercado especificamente brasileiro, ninguém
mais compra carro, mas sim crédito. como assim? Porque a maior parte, o maior
volume de negócios praticados são a termo, e não a vista. E não com recurso
próprio, mas de terceiros. financia-se o troço, paga em 483 vezes, e @@@@@@@@@@@@@@@@@@@ 3823. Esse bem, o veículo automotor
de passageiros, era um bem de investimento, um bem imobilizado, e hoje se
converteu num bem de consumo. Hoje, em bem de uso, mais do que de consumo.
No
início da década de 90, Renault lançou um carro chamado Twingo, e lançaram com
a intenção de que você pagasse um valor mensal, como se fosse um arrendamento,
com design moderno e de mau gosto (mau gosto também é gosto), e havia algo
assim: no final você poderia adquirir, mas o valor residual era muito grande,
então quase ninguém queria; e @@@@@@@@@@@@@@@@@@@
4028. Foi ao extremo. No fundo, a Renault @@@@@@@@@@@@@@@@@@@
4047. 20 anos depois que alguém no Brasil falou disso. de certa forma, isso
aconteceu. É um mercado não de aquisição de bem, ainda que juridicamente seja,
mas sim de utilização de bem. quase que um arrendamento. Antes de adquirir
definitivamente a propriedade, você transfere e compra outro. E nos enganamos.
41-44:
técnicas do professor. @@@@@@@@@@@@@@@@@@@
4751:
é o entendimento perfeito de que esse mercado não é mais de aquisição, mas de
uso. Pago um valor X para usar. Quando não quiser mais, pagarei o mesmo X para
usar um outro.
E
por que chegou-se à conclusão de que esse era o caminho? O consumidor não passa
de um imbecil. Claro que foi a indústria, que notou que carros que duram 20
anos e não fizer incorporações tecnológicas, o mercado irá saturar. O que o
setor automotivo pensou: aumentar a base, e mesmo que alguém não tenha recursos
definitivamente para adquirir, tenho que aumentar a base, e diminuir a vida
útil. Como faço isso? aumentando crédito, reduzindo a taxa, e fazendo
incorporações tecnológicas que gerem ansierdade para substituição.
@@@@@@@@@@@@@@@@@@@ 52-53. Quem pos na boca dele foi a
montadora. @@@@@@@@@@@@@@@@@@@
Para
concluir esta introdução: o lobby é ruim? É imoral, claro. Mas não há
democracia representativa que funcione sem lobby. @@@@@@@@@@@@@@@@@@@
5503. Ainda carregamos, com muita profundidade, esse resquício de moralidade
judaico-crista. #################### @@@@@@@@@@@@@@@@@@@ até 5605. O entendimento é que essa
é uma forma válida de organização social. forma organizada de pressão e
argumentação da sociedade civil sobre o poder posto. Deve existir sobre os
Poderes Executivo e Legislativo, mas não no Judiciário.
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