Direito Empresarial
07-05-12
Negócios de distribuição
Distribuição strictu sensu
Conceito
Partes
Características
Nome próprio
Mercadoria
Interposta pessoa
Bebidas
Natureza
jurídica
Fornecimento
Representação
comercial
Concessionária
de veículos
Franquia
Nós
vamos hoje começar a análise dos contratos em espécie. Para isso, temos que
recordar a natureza jurídica do negócio jurídico. O negócio jurídico pode ser o
quê? Bilateral, complexo, plurilateral ou estatutário, sendo que o bilateral e
o complexo são negócios jurídicos obrigacionais. O negócio jurídico plurilateral
e o estatutário são societários. Vamos analisar isso a partir de aqui.
Quando
começamos a analisar os negócios em espécie, começamos a partir de uma análise
da classificação econômica dos contratos. É a classificação que quem fez foi messelieo,
$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ no século XVIII.
Naquela altura havia algumas categorias contratuais que não temos mais hoje, e
vice-versa, #################### e hoje
tentamos fazer uma aproximação com aquelas espécies.
No
livro do professor joint venture e contratos internacionais, do professor, o
professor fez uma tradução da obra original do sujeito. Em traduções de segunda
mão não havia muito sentido. Faltavam partes e pedaços. Daí o professor pegou a
obra original e fez uma tradução. E então pode fazer uma classificação
econômica dos contratos.
Não
é perfeita, também tem defeitos e pode ser questionada. Mas é a classificação
que melhor permite o entendimento dos contratos para nosso Direito.
O
que vamos ver, agora, é a classificação econômica. Com isso, vamos agrupar os
contratos em duas grandes categorias: primeira, os negócios de distribuição,
que é a primeira categoria, e depois os negócios financeiros. Dentro dos
primeiros, vamos começar já a fazer uma referência ao último contrato, que é o
de franquia ou franchising. Veremos que o negócio de franquia está classificado
como de transferência de tecnologia e não como de distribuição, em grande parte
da doutrina.
Mas
o que se busca quando fazemos um negócio de distribuição? O que as partes
pretendem? Mais claramente: Qual é o elemento ou os elementos comuns a esses
contratos (distribuição strictu sensu, representação comercial, $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ ) que é comum a todos? A
prestação essencial e comum a todos esses contratos não é o fornecimento de
produtos, que para isso temos um contrato próprio. A prestação é.. Antes disso,
vejam: por que vamos partir de uma classificação? Porque facilita o
entendimento. A classificação e o entendimento facilitam nosso entendimento com
relação a qualquer matéria, porque assim buscamos entender os que não
compreendemos vendo se há elementos comuns. É uma tentativa de facilitar o
entendimento da matéria. Daí vamos partir para uma classificação dos contratos.
Sei que, quanto à formação, os contratos são: @@@@@@@@@@@@@@@@@@@
732. Mas sei também que classificarei sob a ótica econômica. Então parto de uma
grande categoria, que é negócios de distribuição. Daí já dizemos: há um
elemento que é essencial que é comum aos tipos contratuais. É forn de um bem? Não
exatamente. Distribuição que é o elemento essencial: a colocação de um bem ou
serviço no mercado. A colocação de um bem ou serviço no mercado, mas de forma
indireta. Se forsse de forma direta, seria feita pelo próprio fabricante ou
produtor do bem ou serviço. Seria um sistema de distribuição direta. Não é
nosso caso. Estamos analisando o sistema de distribuição indireta. Haverá
alguém que coloca esse bem ou serviço no mercado em nome ou em favor de outrem.
Dependerá do tipo contratual.
E
qual a importância dos negócios de distribuição? Diminuição do custo de quem
produz? Talvez. Na verdade, éque permite a quem produz alcançar um mercado mais
ampliado sem obrigatoriamente se dispender de capital. ####################.
Foi uma descoberta fenomenal (ainda estamos na teoria geral dos negócios de
distribuição, introdução), porque permitiram a quem produzia determinado
produto ou serviço colocar no mercado sem obrigatoriamente dispender de capital
para a colocação desse bem ou serviço no mercado. ####################
permitiu a não ocorrência da descentralização e pulverização do capital. Eu que
produzo um bem ou serviço não preciso buscar mecanismos de colocação no mercado.
Ampliar o alcance, a irradiação.
Mas
quem coloca um bem ou serviço no mercado detém alguma tecnologia especial? Claro.
De acesso ao mercado. Caso real: há um tempo, recentemente o professor foi
convidado #################### para ir a uma
cidade perto de Belo Horizonte que havia uma associação em que os sujeitos
desenvolviam um trabalho de produção e industrialização para a colocação de
palmito no mercado. Tinha até uma menina que queria que o professor fosse. No
meio do grupo tinha um cara que comexercitou a contar uma história dele. Disse
que foi fazer uma proposta de que os caras tinham que entender o seguinte 1330:
o Brasil é importador de palmito. Produzimos, mas ainda importamos. O professor
disse que poderiam fazer um trabalho de produção, mas precisavam de um
mecanismo de colocar no mercado. O discurso que tinham é de que o sujeito que
coloca algo no mercado é o atravessador, o sujeito que ganha dinheiro e não faz
nada. Esse carinha, de 30 e poucos anos, contou a história: eu era produtor de
batata. Era um pequeno produtor. Via que o que produzia vendia para uns caras
da ceasa minas e vendiam lá, ganándo dinheiro, e eu não tanto. #################### pensou em arrumar um jeito de
colocar ele diretamente o produto no mercado. Conseguiu, arrumou amigos para
colocar o produto lá no espaço. Fez um investimento, pagou, arrumou. Quando
começou a vender, ele começou a ver que o volume que ele tinha não era
suficiente para justificar o investimento que terei que fazer aqui. Então tenho
que ampliar a produção. Comecou a vender mais e teve maior lucratividade. Teve
melhoria na condição, e viu que quem vinha comprar: 1- batata é pouca, 2- não
querem só batata. Não tem mais condições de produzir batata. Comprarei batata
de outras pessoas e produzirei mais coisas. Continuou crescendo. 1649. 5 anos
depois, tinha 120 empregados na venda, na ceasa. O que tinha feito com a
produção? Tinha parado de produzir. Vendeu fazenda, vendeu tudo. O que fazia
com os produtores? Exatamente o que os caras faziam com ele. Ele chegava e
falava: o preço que você quer vender @@@@@@@@@@@@@@@@@@@
concorrência. 1740. Sempre existirá abuso. Ninguém almoca de graça. O detentor
da tecnologia é quem determinará o preço. E o detentor de qual tecnologia?
Sejea ela da produção, da transformação ou de colocação no mercado. Isso
porque, se analisarmos a cadeia de suprimentos, temos um gráfico da cadeia de
suprimentos dos Estados Unidos, x0y, 1955, com dados até 2005 no eixo x. Reta
crescente em 30 graus. 1/3 de 1 ia para a indústria, 1/3 ia para @@@@@@@@@@@@@@@@@@@ 1941 e 1/3 para $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$. Isso em 1955, quando começou
a análise estatística. Em 2005, a reta tem menor ângulo. O volume destinado a
remunerar a produção continuou mais ou menos o mesmo. O destinado à remuneração
da industrialização aumentou muito. E o destinado a aumentar a distribuição
passou a representar praticamente 2/3 da cadeia de suprimentos. 50 anos depois,
praticamente dois terços da cadeia de suprimentos nos Estados Unidos está na
distribuição. 60% do que sobra está na indústria e 30% do que sobra na
produção. (#################### para
imprecisões). @@@@@@@@@@@@@@@@@@@ 2156.
Com
isso, percebemos: por que isso acontece? Estamos dizendo que o preço que o
consumidor paga no ponto final de consumo é pago em 60% para o distribuidor. E
40% para a indústria e a produção. Por que? A logística é mais cara que a
produção? Quem paga o imposto? Toda a cadeia. Por que, então? Por causa da
questão da tecnologia, de distribuição no mercado. @@@@@@@@@@@@@@@@@@@
2337. Acesso de mercado. Quem tem condições de cobrar mais é aquele que está
perto do consumidor. Quem está mais perto do consumidor é quem ganha mais. Quem
está mais longe é quem ganha menos.
Aí
começamos a analisar o seguinte: mas, então, até que ponto que vai o poder de
quem distribui? Na verdade, quem distribui, distribui o que o consumidor
pretende consumir, ou @@@@@@@@@@@@@@@@@@@ 2434.
Discussão de longa data no mercado. O consumidor é quem induz a cadeia de
produção, ou o consumidor é induzido? Vamos perceber que: quanto melhor
organizada a sociedade civil, o consumidor terá capacidade de influenciar a
cadeia de suprimentos. Quando menos organizada a sociedade civil, menor
capacidade terá o consumidor de influenciar a cadeia de suprimentos. Organizando-se,
dá para defender o interesse do consumidor, desde a produção do insumo até a
venda no ponto final.
Tivemos
movimentos no mundo contrários ao processo globalizador. Hoje ainda existem,
mas com pequena força. Por que? ####################
por que ser contra um processo globalizador? Perda de cultura, identidade
nacional, esse era o discurso. Outro era a dominação das econs desenvolvidas em
detrimento das em desenvolvimento. Depois de 20 anos, ficou claro que isso não
aconteceu. Pudemos perceber que as econs em desenvolvimento hoje representam
força na economia internacional. No final da década de 60 as econs emergenetes
começaram a ganhar representatividade. Então dizer que “os caras vão dominar”
não faz sentido. E impor modificações culturais no mundo? Isso efetivamente
aconteceu.
Mas
o processo antiglobalizador foi perdendo força porque um grande movimento que
foi feito é criar mercados de nicho. Consumir produtos próprios e fora do
mercado tradicional. Um exemplo disso é o consumo de produtos orgânicos. Era
mais do que uma preocupação com a saúde, mas também um movimento cultural. Consumir
produtos produzidos localmente seria uma manifestação contrária à
homogeneidade.
E
o que acontecue com os mercados de nicho? Ao analisar o consumo do bem no
preço, o preço é maior. Por que? A produtividade é menor, o que aumenta preço,
mas também porque a demanda é menor. Era para entender o mercado de nicho. Sem
a massificação da demanda, o preço só se mantém alto. Seria, portanto, um
produto elitizado. Algo estava incongruente.
Esse
mercado foi evolunindo, de consumo de orgânicos. O professor teve uma
oportunidade de viver numa cidade em que o acontecia é que 64% da população
daquela cidade consumia só produtos orgânicos e genéricos. O que aconteceu?
Massificou. O preço caiu. Ainda hoje, quando você chega em Genebra, há o
produto orgânico e o convencional. A prateleira do orgânico é maior que o
convencional, e o custo, ali, é em geral menor. Por que existe o convencional?
Justamente o pensamento contrário: quero consumir produtos com defensivos mesmo.
O volume é menor, tem que importar...
Mas
imaginar que a Suíça será a solução de algo é pensar demais. Não é a solução de
nada.
Ao
voltar ao Brasil, a prateleira de orgânicos no pão de açúcar era de 2 metros de
comprimento. Hoje há mais. Por que? Demanda! Na medida em que foi #################### aumentando a demanda, também foi
caindo o preço e aumentando a produtividade.
E
o que aconteceu com os produtos orgânicos? O que aconteceu com relação ao
mercado? Era um troço totalmente de nicho. E continua sendo, com volume
insignificante com relação aos convencionais. Algodão orgânico para fazer um
terno. Ainda é pouco. Mas passou a ser um nicho importante no mercado? Passou!
Quando passou a ser um nicho importante, o que aconteceu? Pelo elemento
cultural da produção e consumo de produtos orgânicos, uma rede massificada com
o Carrefour deveria ter produtos orgânicos? Não. Contário ao conceito de
consumo de produtos orgânicos. Quem consome o faz porque há todo um aspecto
cultural e ideológico, tal como respeito à relação de emprego, impacto
ambiental, etc., etc. Quando chega ao ponto de distribuição e distribuída no
Carrefour, pegou-se tudo aquilo e jogou-se fora. Eu teria que ir lá na ceasa e
comprar lá. @@@@@@@@@@@@@@@@@@@ 3545. Os caras
viram que o mercado de nicho passou a ser mais relevante, crescendo 22% a. A.,
então vamos absorver esse nicho de mercado para minha atividade de
distribuição. Tecnologia de distribuição!
Qual
é a força que o sistema de distribuição indireta tem? Enorme, no Brasil e no
mundo. 48 até, antes. É concentrado e ocupado por pouca gente, porque querer
grande investimento de capital. Quanto mais concentração, mais poder para o
agente e mais dificuldade para quem está abaixo e para o consumidor. Mais
difícil de tentar equilibrar esse mercado. Surgiu por necessidade de quem
produz. Quem está abaixo ou monta um sistema de distribuição direta, ou vamos
montar um sistema em que não preciso fazer isso. Alguém faça, e alguém coloque
no mercado.
Mas,
quando surgiu, surgiu como um sistema não essencial, e que hoje passou a ser
essencial. Isso é tão importante que: no passado, como funcionava a
distribuição de bens para consumo? Havia pequenos armazéns que vendiam os bens
para consumo na maioria das vezes a granel, sem embalagem industrializada. O que
aconteceu aqui, repetindo Estados Unidos e Europa? Liberação da mulher,
consequentemente a mulher indo para o mercado de trabalho, e, no final de 70,
ia para a rua, querendo a partir daí um produto mais acabado e mais próximo, de
preferência num só lugar. Quando preciso comprar tudo num lugar só, o que
aconteceu? Blz, vamos atender a essa demanda. E vamos fazer onde for o mais
perto possível das pessoas, mas o mais longe possível para que seja fácil para
meu investimento. Quem pensou foi visionário em relação à construção do
Noroeste em Brasília.
Então
criamos. O que a família vai fazer? No final de semana, vão todos lá comprar.
Grande fila de carros. Começou a ficar péssimo. Fim de semana, temos que fazer
isso? O mercadinho da esquina quebrou porque não tem preço. São os mesmos
fornecedores. O mercadinho começou a acabar, no mundo inteiro. Começaram a
abrir 24 horas. Depois inventaram o delivery, e aí notaram um mercado que paga
mais caro: os supermercados não hiper, mais perto das casas dos consumidores. Tudo
tem a ver com a detenção da tecnologia de colocação de bens no mercado.
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